O vice-prefeito de São Miguel do Iguaçu, Maurão Remor, participou na terça-feira (04) do III Encontro das Superintendências Federais da Pesca e Aquicultura das Regiões Sul e Sudeste. O evento aconteceu no Cine Teatro Barrageiro, da Itaipu Binacional. O Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, o diretor geral da Itaipu, Jorge Samek, e demais autoridades também estiveram presentes.
O encontro serviu para discutir os anseios dos pescadores, principalmente a criação de tilápia no Lago de Itaipu. O cultivo da espécie no Lago, considerada a melhor para cultivo, é proibido por força de um tratado entre o governo brasileiro e paraguaio, formalizado pelo Decreto nº 4526, que vigora há 13 anos. A tilápia tem um baixo custo de criação, por se alimentar pouco, cresce rapidamente e é conhecida no mundo todo, além de ser uma das poucas espécies aceitas para o abate em frigoríficos de peixe. Outra vantagem, conforme os próprios pescadores, é o espaço necessário para a criação do peixe. Enquanto outras espécies, como o pacu, ocupam um tanque-rede com 100 unidades, o mesmo tanque pode produzir 300 tilápias.
A Colônia de Pescadores Z-11 de São Miguel é a única do País que já recebeu 33 vezes o título de Águas Públicas, o que garante um potencial incalculável para a associação.
“O frigorífico da nossa cidade não está matando peixe nativo, ele abate apenas peixes que são criados para o consumo. Por isso, estamos unidos para que se revogue a lei entre Brasil e Paraguai, para que possamos cultivar a tilápia livremente”, explicou o vice-prefeito Maurão.
Segundo dados da Itaipu, somente do lado brasileiro do Lago, aproximadamente 800 pescadores estão sendo prejudicados pela lei, além de outros interessados como indígenas e assentados de São Miguel do Iguaçu.
Durante seu pronunciamento, o Ministro da Pesca e Aquicultura afirmou que o impedimento da criação de tilápias no Lago de Itaipu é uma questão política. “Eu já tive vários encontros com o Ministro da Pesca do Paraguai (que, mesmo com a troca de governo, continua no cargo) e ele também é favorável ao cultivo. O que ainda falta definir é a questão política. O Paraguai foi suspenso do Mercosul, mas, assim que voltar, faremos um novo acordo para colocarmos tilápia no nosso lago,” explicou Crivella.
Na oportunidade, Aldilson Borges, presidente da Colônia de Pescadores de São Miguel e representante das colônias do Paraná, recebeu das mãos do Ministro um cheque simbólico de R$ 38.779,35, recurso destinado aos pescadores contemplados pelo Plano Safra.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Compartilhe
Facebook Google+ Twitter